sábado, 24 de abril de 2010

NOITE FEIRENSE DO CORDEL BAIANO

O Cordel baiano estará em festa no dia 28 de abril, próxima quarta-feira. O internacional poeta feirense, Franklin Maxado Nordestino, lançará o folheto “O Futebol dos Macaquitos e doutros Bichos na Copa do Mundo", na “Noite do Cordel” que começa às l8 h no CUCA promovida pela UEFS com a participação de grandes nomes da Cantoria, da Xilogravura e da Poesia popular em geral. Já estão confirmadas as presenças de Caboquinho da Viola, Antonio Alves, João Ramos, Antonio Carlos Barreto, Gabriel Arcanjo, Luis Natividad, Nadinho de Riachão, Cristo Neto, Pardal de Jaguaripe, Sergio Bahialista, Jurivaldo Alves, Ademar José, J. Caxias, Seo Julinho, o editor Edson Machado e outros nomes.
A “Noite do Cordel” abre também o lançamento do livro resultante do Seminário Internacional sobre o Poeta Eurico Alves Boaventura quer a UEFS realizou recentemente em seu campus. Eurico, como poeta e folclorista, gostava muito da cultura popular regional como chula, aboio, forró e cordel e futebol, entre outras manifestações.

terça-feira, 6 de abril de 2010

RODOLFO COELHO CAVALCANTE 1

Sentia-me em débito com Rodolfo Coelho Cavalcante, por conta da minha paixão por José Gomes, e após leitura de matéria jornalística no jornal A Tarde, dia 16 de março de 2010, Peleja vencida, sobre a profissionalização do repentista, cordelistas e afins, causando grande alegria a muitos poetas que sempre viveram da profissão, entendi a euforia de todos. O fato de não sobreviver exclusivamente do cordel até hoje, possuo a profissão de professor, não tenho a experiência adequada para compreender essa emoção. Na matéria citada, evidencia-se o valor da profissão registrada em carteira de trabalho ou no cartão de aposentadoria. Historicamente é importante para uma classe que sofreu discriminação durante grande parte de sua existência aqui no Brasil. Desdenhei o fato durante um debate no Fórum Social Mundial Bahia. No momento falava-se em aposentadoria, informei que qualquer cidadão brasileiro pode aposentar-se autonomamente pelo INSS.
Rodolfo Coelho Cavalcante foi o grande representante da categoria de poetas populares na Bahia. Alagoano de nascimento, em 1917, rodou o Brasil e pousou em Salvador, onde morreu em 1986, sendo que 45 anos da vida batalhou pela valorização da Literatura de Cordel e do Repente na Bahia e no Brasil.
Em consulta à enorme Antologia baiana de literatura de cordel, editada pela FUNCEB em 1997, reli os poemas vencedores do Concurso da O.B.P.L.C realizado em 1993, e colhi as seguintes pérolas poéticas e narrativas, em que os amigos de Rodolfo criam em sua homenagem, provando o amor, o respeito, reverência e a fraternidade que sentiam por ele. Mote: Quem tanto nos defendeu acabou sem ter defesa. Tema: Rodolfo Coelho Cavalcante.

RODOLFO COELHO CAVALCANTE 2

“Nosso poeta gigante / Que tudo que fez foi lindo / Escreveu até dormindo / mas sem perder a firmeza.” Leandro Tranquilino Pereira
“Se um dia eu encontrasse / O carro atropelador / Que matou o Trovador / Maestro da nossa Classe / Quebrava-o nem que pagasse / Uma avultada despesa.” Antônio Queiroz
“Um Defensor Incansável / Dos seus Irmãos Trovadores / Por seus brilhantes labores / Foi um líder admirável / Uma alma tão amável.” Isaías Moreira Cavalcante (Ismoca)
“Quando Rodolfo partiu / Deu-se um eclipse na lua / Minha irmã correu na rua / Parou Carnaval no Rio / Parou o vento e o frio / Parou toda fortaleza / Cristo disse com alteza: / Vem cá ó Poeta meu.” Genário Barbosa de Oliveira
“Tinha prazer ensinar / Só bastava procurar / Rodolfo na moradia / Era este o dia-a-dia / Ensinava com clareza / A poesia com certeza / Quem dedicou-se aprendeu.” Antonio Silva Vilas Boas (Papada).
“Vi Rodolfo em minha frente / “O Curió” declamando / Para uma gaiola olhando / Com um olhar comovente / O passarinho inocente.”Adalberto Almeida Santos (Berto Santos)
“Quem conheceu Cavalcante / Sabe da sua alegria / Em viver cada seu / Cada hora, cada instante / Com otimismo radiante.” Rodolfo Coelho Cavalcante Filho
“Todo dia e todo ano / Falava: eu sou Baiano / Desta Cidade Princesa / Ela é minha freguesa / Pois tanto me acolheu.” Mariano Imperador Docílio
“Fez tanta gente sorrir / Fez tanta gente chorar / Pois era só escutar / Os seus cordéis e sentir / O coração lhe bulir / De alegria ou tristeza / Pois ele tinha presteza.” José Neves da Silva