domingo, 21 de fevereiro de 2016

PATRIMÔNIO IMATERIAL DA CULTURA BRASILEIRA

 A ABLC – Academia Brasileira de Literatura de Cordel e a ACRESPO – Associação dos Cantadores Repentistas e Escritores Populares do DF e Entorno solicitaram ao IPHAN – Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional o registro do Cordel e do Repente, respectivamente, como Patrimônio Cultural do Brasil. A Câmara Técnica do Conselho Consultivo analisou as propostas e as considerou pertinentes dando início à construção da pesquisa e documentação sobre o tema.
Na Bahia, a professora e pesquisadora Andrea Betânia, da UNEB, é a responsável por esse processo e está realizando uma série de entrevistas com poetas e cantadores na capital e no interior pois acredita que é de extrema relevância a nossa participação que, melhor do que ninguém, conhecemos e praticamos essas manifestações culturais de extraordinária importância para a cultura e também a educação brasileira.
Torcemos para o sucesso da empreitada e que o registro como Patrimônio Imaterial sirva para fomentar a produção e a divulgação do cordel e do repente.
Andrea Betânia e Jotacê Freitas após a entrevista.

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2016

CORDEL NO CARNAVAL BAIANO 2016

Como numa profecia, João Rocha, antecipou a revolta dos ambulantes no carnaval da Bahia protestando contra a liberação de apenas uma marca de bebida alcoólica ou refrigerante durante os festejos. Esse mal afetou também a Fonte Nova e o Ceasa do Rio Vermelho. Espaços públicos privatizados impedindo o cidadão de livre escolha de consumo. Eles alegam patrocínio para manutenção dos espaços ou pagamento de artistas. Leiam abaixo algumas estrofes do novo folheto desse poeta que está sempre atento às injustiças sociais:

Amigos, o Carnaval
É festa da liberdade,
E aqui em Salvador,
Falo com sinceridade,
Nunca vi proibir marca,
De cerveja, na cidade.

O transporte coletivo,
Na Capital não existe,
Quem sai de casa bem cedo
Chega no trabalho triste,
E a imprensa, comprada,
Trata tudo como chiste.

Agora vendeu de vez
Salvador para a Schin
Proibindo qualquer marca
Que não rime com Grampim;
Não convence as nega dele,
E quer convencer a mim!

No Carnaval de dez dias
Quem ganha é o aedes aegypit:
Vai ser uma epidemia,
Caro leitor, acredite,
Acho que a saúde pública
Tem de botar um limite.

A gripe, como se sabe
Já é tradicional
Todo mundo adoece
Logo após o Carnaval,
Mas agora, com a zika,
A coisa é mais anormal.

No Carnaval, bem se sabe,
Surge muita gravidez
Aí o mosquito morde,
Pois aqui ele tem vez
E se o cuidado foi pouco...
O microcéfalo se fez.

Quem irá pagar depois,
Pela vida condenada
De um ser que foi gerado
No meio da timbalada,
Devido a uma picadura
De mosquito, à madrugada?

Eu, por mim, vou à Mudança
Do Garcia, animado,
Pra juntar com As Muquiranas
Naquele agito danado,
Todo mundo de mulher,
Mas muito pouco viado.


O lançamento foi feito na Lanchonete PEDAÇO DO CÉU, no Garcia, durante o esquenta da Mudança, na segunda-feira, 8/2. Os interessados em ler o cordel completo escrevam para o poeta no seguinte endereço: jrjoaoroch@gmail.com