Foi um evento bastante concorrido entre os moradores de
Itaparica. Visitantes, turistas e convidados também marcaram presença junto com
os familiares, amigos, personagens e colegas
de João Ubaldo. O jardim e os muros da BJMJr foi ocupado elegantemente em torno
do busto do escritor que foi descerrado pela esposa Berenice e as filhas Chica,
Emília e Manuela, a quem o livro é dedicado, pela organizadora da antologia Dalva Tavares Lima. "VIVA O POVO BRASILEIRO E JOÃO UBALDO RIBEIRO é uma antologia inédita com uma
centena de textos produzidos por diversas celebridades do mundo literário
e artístico baiano e brasileiro, além de um “álbum
de arte” com reproduções de 7 obras expostas no saguão da biblioteca.
O grande atrativo do livro são os depoimentos, crônicas,
análises e poemas de autores de várias gerações que vão de íntimos confrades e
compadres até simples leitores de suas obras. O cordel baiano foi contemplado
com a inclusão de dois textos, um de Jotacê Freitas, publicado anteriormente, e TRIBUTO A JOÃO UBALDO RIBEIRO, de Carlos
Silva, poeta, cantador e compositor: [...]
“João escreveu histórias
Com muita diplomacia
Citando em suas obras
Satisfação e alegria
De levar sempre pro mundo
O nome da nossa Bahia.[...]
Palavras de João Deixadas
Indicando as trajetórias
Iremos sempre guardar
Dentro de nossas memórias:
‘Enquanto houver quem ouça
Haverá quem conte histórias’.[...]”
Recheando ainda mais a homenagem, Maysa Miranda, poeta e cordelista, professora
mestre em linguística, que tem ótimas parcerias com Bule-Bule e Val Macambira, produziu
e lançou o folheto: O HOMEM QUE VIU O SORRISO DO LAGARTO E DISSE VIVA O POVO
BRASILEIRO:
“[...] João Ubaldo sempre foi
Carpinteiro literário
O mundo inteiro leu
E seguiu o itinerário
Da Ilha de Itaparica
Seu mais belo cenário.
Ele era popular
Conhecia Deus e o Mundo
Pescador e diplomata
Ocupado e vagabundo
Quando estava num lugar
Ele ia até o fundo.[...]”
Teremos saudades dos aniversários do “João” todos os anos na
Biblioteca. As fotos expostas trouxeram boas recordações do bom humor e da
genialidade do Itaparicano mais amado do mundo. Mas a homenagem póstuma manteve
a mesma alegria e diversidade das festas de aniversário. Após declaração
emocionada da diretora da Biblioteca, Dalva Tavares, e o descerramento do busto,
Maysa leu o seu cordel com a voz embargada e nervosa por estar diante dos
familiares e amigos íntimos de João. Carlos Betão entrou em seguida para
apresentar trechos do monólogo Sargento Getúlio, adaptado e dirigido por Gil
Vicente, também presente ao evento. Walter Queiroz, bem descontraído, cantou,
contou causos e imitou João Ubaldo, animando a plateia que sorria como se
tivesse feito parte daqueles fatos. João nos dava, através de sua escrita, a
sensação de que estávamos ali ao lado dele visualizando a cena palavra por
palavra e ouvindo a sua voz gutural.
Após os agradecimentos de Berenice, viúva de João Ubaldo
Ribeiro, aos presentes e aos distantes, a banda Caboco Capiroba, animou a
plateia com um som tipicamente brasileiro e envolvente.
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