Para os que esperam meras confissões de um experiente poeta,
o livro CORDEL NA LITERATURA POPULAR, de Franklin Maxado Nordestino, é mais que
um compêndio ou um tratado histórico, desta
arte universal que é narrar estórias e histórias com ritmos e rimas capazes de
seduzir a atenção de ouvintes e leitores, é uma catarse verbal apaixonada e
ideológica. São 114 tópicos onde estão sintetizadas as origens, os conceitos,
as regras, a classificação, estrofes clássicas; 24 ilustrações de capas de
folhetos, em xilogravuras e clichês diversos; 10 fotografias com amigos artistas e
autoridades; e uma bibliografia vasta para pesquisa. Franklin relata também
experiências, bem e maus sucedidas, abrindo o campo para os poetas que
quisessem se arriscar na arte de sobreviver da arte, dando dicas e
pioneiramente sugerindo caminhos para uma profissionalização da função que
acabou sendo reconhecida recentemente pelo Congresso Nacional.
Falar de cordel é falar das epopeias, gestas, odisseias,
narrativas épicas, jograis, pelejas, ABCs, repentes, cantorias cômicas ou
trágicas, representando o povo de todas as partes do mundo. Portanto, conhecer
a verdadeira história do Cordel é conhecer a história do mundo e da humanidade,
pois através de versos, a princípio orais e posteriormente impressos, as
pessoas se auto-conheciam e viam seus sonhos e anseios expressos numa linguagem
acessível.
Sucinto e objetivo na escrita da história da hoje conhecida
Literatura de Cordel, o feirense Franklin Maxado, reviu e atualizou esta
reedição potiguar, da Editora Queima-Bucha, anteriormente o livro foi lançado pelo
Pasquim. Elegantemente didático, o texto não tem soberba nem síndrome de
superioridade, como tentaram acusar o autor por ser jornalista e “doutor”
advogado, quando ingressou no cordel encaminhado por Rodolfo Coelho Cavalcante,
o poeta alagoano mais baiano do Brasil. No livro A NOITE DOS CORONÉIS, de Guido
Guerra, está lá registrada a história: em São Paulo, 1967, Franklin envia ao
“mestre” Rodolfo o jornal com sua
matéria sobre o metrô que estava sendo construído naquela capital. Rodolfo
escreve o cordel O PAULISTA VIROU TATU VIAJANDO DE METRÔ e envia 1.000 cópias para ele. E é a partir daí que
começa a saga deste poeta, ator, cantor e xilogravurista, que acaba de
completar 70 anos. São 40 anos de artes, de um homem sonhador que saiu da Bahia
e foi para o Sul Maravilha com o cordel que para ele “é poesia, é gráfica; é
canto; é artes plásticas; é música; é teatro; é jornalismo; e é comércio”.
Incansável batalhador pela valorização do cordel e do poeta,
Maxado, recorreu a Ministro, nos anos de ditadura, para que a literatura fosse
adotada pelas escolas; ao governador da Bahia, solicitando mais espaço para o
cordel nos eventos literários; ao presidente Lula, reivindicando a profissionalização
do poeta de cordel; e até candidatou-se anarquicamente à Presidência da República,
com o apoio escrito em crônica pelo poeta mineiro, Carlos Drummond de Andrade,
nos anos 1980.
Neste livro, Franklin Maxado, o Nordestino, bota o cordel no seu verdadeiro lugar, o da
universalidade, ao contrário de muitos que veem apenas o Nordeste brasileiro
como o lugar de pertencimento do cordel. Franklin desfralda a bandeira da
contemporaneidade do cordel, um baiano se achando em São Paulo, mostrando ao
Brasil que o a Literatura de Cordel também poderia ser atual e moderna, com
temas que atraíssem a atenção do público leitor mesmo após a notícia no jornal,
rádio e televisão.
Como afirma Arievaldo Viana, poeta, pesquisador cearense,
criador do projeto Acorda Cordel na Sala de Aula: “foi necessário que surgissem
pessoas como Franklin Maxado, homem culto, com formação acadêmica, mas
profundamente ligado ao universo do cordel, para que alguns disparates
começassem a ser refutados de forma eficaz e contundente”. Paulo Dantas, escritor, explica na
apresentação que este livro “ensina e conduz, introduzindo os leitores na
história universal do cordel, com suas origens e fins, modos e meios de
comunicação”; no que é endossado, também na apresentação, pelo jornalista e
poeta, Crispiniano Neto, figura de renome nacional, originário do Rio Grande do
Norte, “leiam Franklin Maxado e saibam o que é Literatura de Cordel. Bom,
depois, comecem a falar sobre o assunto”.
Mais notícias: http://oficinadecordel.blogspot.com.br/2012/09/o-que-e-cordel-na-literatura-popular.html
Contatos com o autor: franklinmaxado@hotmail.com e Editora: queimabucha@gmail.com
Beleza JOTACÊ, parabéns para nosso amigo e poeta MAXADO, por tudo de belo que tem realizado no mundo da poesia; também sou seu fã e espero encontra-lo na Bienal
ResponderExcluirdo Livro 2013, será um grande prazer e alegria para mim. Estas palavras e parabéns
a você também pela sensibilidade e reconhecimento do talento de um parceiro de fé e
por todo esse trabalho lindo da OFICINA DE CORDEL; Grande abraço; Pilô.
Querido Pilô, seu reconhecimento é importante para a história do nosso cordel, história que você faz parte. Nos encontraremos lá na Bienal. Abreijos
ExcluirJotacê