sábado, 10 de setembro de 2011

CORDEL BAIANO NO 2º ENEBI



O 2º ENEBI – Encontro de Escritores Baianos Independentes, está acontecendo este final de semana, 9,10 e 11/09, na Biblioteca Pública do Estado, nos Barris e tem como homenageado o poeta Ildásio Tavares, falecido ano passado e que já cometeu alguns cordéis.
A abertura na sexta, 9/9, teve falas do presidente da Fundação Òmnira, escritor e editor Roberto Leal; da Diretora da Biblioteca Kilma Alves; do Diretor da Fundação Pedro Calmon Ubiratan Castro e do poeta Douglas de Almeida que falou sobre o homenageado. Houve Mesa-redonda, coquetel de lançamento da nova coletânea ENEBI de Poesia & Prosa e show do cantor Sapiranga.
No sábado, 10/9, o cordel baiano foi representado por Antonio Barreto, no debate “Apertem o cinto, o poeta sumiu”, que buscou discutir a ausência não só poeta, mas da literatura em geral, das páginas da imprensa e dos telejornais.
Douglas Almeida iniciou considerando a Escola como uma grande ‘mídia’ que não é bem utilizada, seja por falha dos educadores ou dos próprios escritores, e acha que assim que os escritores seduzirem os estudantes a mídia os buscará. Lembra que este problema não é atual, no curso que promove sobre OS 200 ANOS DA POESIA BAIANA, percebe o quanto são desconhecidos os poetas baianos que tiveram importância em sua época e hoje nem as universidades de letras relembram suas existências e talvez por isso os professores não possam ou não saibam como trabalhar esta temática no currículo escolar. James Martins, poeta e jornalista, recorreu a Ezra Pound para lembrar que uma sociedade que não ouve seus artistas perde o seu controle. Os jornais estão com suas pautas centradas na violência e a impressão que se tem é de que não há mais poetas no Brasil. Disse não entender, como é que TV e Rádio são concessões públicas e ninguém as fiscaliza. Disse também, que diante das atuais programações ele acha que os programadores e ‘pauteiros ‘ ou são ignorantes ou estão mal intencionados, pois a qualidade é péssima. Encerrou dizendo que somos um cemitério de artistas vivos e que, mesmo que os livros dos autores independentes cheguem às bibliotecas das escolas, ficarão relegados a um canto obscuro onde o estudante não terá acesso, por isso sonha com uma Biblioteca de acesso livre em que o leitor vá garimpar o que quer ler.

José da Boa Morte, poeta, editor e fundador da Revista Artpoesia, que completa 12 anos agora em 2011, defende a causa da poesia independente na prática, como um guerrilheiro na trincheira, e exige que os poetas assumam posições políticas, saiam da gaveta com seus escritos, única forma de superar as dificuldades de falta de espaço na mídia. Acredita que o poeta precisa compreender o mercado capitalista e saber direcionar sua obra para o público adequado. Mesmo depois de tantas batalhas por cidades do interior e escolas públicas e privadas, alega que há falta de compreensão de muitos educadores que acham que a presença do poeta na sala de aula pode ocupar o tempo pedagógico dos alunos com material não curricular.
Encerrando a mesa, Antonio Barreto, iniciou sua fala recitando versos, lembrou de sua infância em Santa Bárbara e da influência das manifestações populares em sua obra e vida. Ressaltou que desde o surgimento do cordel no Brasil que os poetas buscam a autonomia em toda a cadeia de produção do folheto e buscar espaço junto ao público leitor é uma constante em nossa prática poética. Como professor de Língua Portuguesa, busca ensinar o cordel a seus alunos por compreendê-lo como estimulante do gosto pela leitura, por desenvolver o raciocínio lógico e o senso crítico, devido à sua linguagem lúdica, coisa que os livros didáticos não fazem. Encerrou comemorando seus 9 anos de empenho para divulgar o Cordel em qualquer instituição pública e privada, como um garimpeiro, tropeiro, cigano, como um artista circense que busca levar sua arte para o público.
Na mesa seguinte,mediada pelo jornalista e escritor, Carlos Souza, “Literatura de qualidade em produção na Bahia, no momento atual”, falaram o escritor e editor Araken Vaz Galvão, que relatou experiências cooperativadas na cidade de Valença; a jornalista, escritora e produtora cultural Gina Leite, expondo sua experiência na produção do livro experimental e coletivo “Como se fosse o mesmo céu”; e,a escritora de Barreiras, Antonieta de Aguiar Nunes, que relembrou sua história como escritora, desde a infância até passagem por São Paulo e o retorno a Barreiras.
Foi um sábado promissor para o surgimento de novos debates e mudanças de comportamento em relação à produção de livros na Bahia.
No domingo, a programação continuará com Recital poético e performático com Gilberto Teixeira, Marcos Peralta, Tiago Oliveira, Estrela e convidados; entrega do título de Personalidade de Importância Cultural ao jornalista e escritor Valdeck Almeida de Jesus; lançamento do livro “Angolando Poesias e Canções”, do cantor e escritor angolano Carlos do Nascimento, que também fará show musical; homenagem a ildásio Tavares com a presença do seu filho Gil Vicente Tavares.
Parabenizamos a Fundação ÒMNIRA pela realização e seus apoiadores: Fundação Pedro Calmon, APUB, Editoração CEPA, GALINHAPULANDO.BLOGPSOT.COM, UBE – União Brasileira de Escritores e Revista ARTPOESIA. Aguardamos mais novidades em breve.

sábado, 3 de setembro de 2011

A MIJADA DO BAIANO DERRUBA CONCRETO ARMADO!



Este video foi postado no Youtube pelo Amigo Alberto Lima durante a etapa classificatória do Grande Concurso de Cordel da Rádio Sociedade no Shopping Piedade, em 21 de junho. O cordel tem sido bem visto e feito sucesso por seu texto realista e irreverente, mas o sucesso maior é a risada do locutor da emissora, que diverte-se enquanto trabalha.