segunda-feira, 21 de outubro de 2013

A HISTÓRIA DO MUNDO POR FRANKLIN MAXADO!

 Para os que esperam meras confissões de um experiente poeta, o livro CORDEL NA LITERATURA POPULAR, de Franklin Maxado Nordestino, é mais que um compêndio ou um tratado histórico,  desta arte universal que é narrar estórias e histórias com ritmos e rimas capazes de seduzir a atenção de ouvintes e leitores, é uma catarse verbal apaixonada e ideológica. São 114 tópicos onde estão sintetizadas as origens, os conceitos, as regras, a classificação, estrofes clássicas; 24 ilustrações de capas de folhetos, em xilogravuras e clichês diversos;  10 fotografias com amigos artistas e autoridades; e uma bibliografia vasta para pesquisa. Franklin relata também experiências, bem e maus sucedidas, abrindo o campo para os poetas que quisessem se arriscar na arte de sobreviver da arte, dando dicas e pioneiramente sugerindo caminhos para uma profissionalização da função que acabou sendo reconhecida recentemente pelo Congresso Nacional.
Falar de cordel é falar das epopeias, gestas, odisseias, narrativas épicas, jograis, pelejas, ABCs, repentes, cantorias cômicas ou trágicas, representando o povo de todas as partes do mundo. Portanto, conhecer a verdadeira história do Cordel é conhecer a história do mundo e da humanidade, pois através de versos, a princípio orais e posteriormente impressos, as pessoas se auto-conheciam e viam seus sonhos e anseios expressos numa linguagem acessível. 

Sucinto e objetivo na escrita da história da hoje conhecida Literatura de Cordel, o feirense Franklin Maxado, reviu e atualizou esta reedição potiguar, da Editora Queima-Bucha, anteriormente o livro foi lançado pelo Pasquim. Elegantemente didático, o texto não tem soberba nem síndrome de superioridade, como tentaram acusar o autor por ser jornalista e “doutor” advogado, quando ingressou no cordel encaminhado por Rodolfo Coelho Cavalcante, o poeta alagoano mais baiano do Brasil. No livro A NOITE DOS CORONÉIS, de Guido Guerra, está lá registrada a história: em São Paulo, 1967, Franklin envia ao “mestre” Rodolfo o  jornal com sua matéria sobre o metrô que estava sendo construído naquela capital. Rodolfo escreve o cordel O PAULISTA VIROU TATU VIAJANDO DE METRÔ e envia  1.000 cópias para ele. E é a partir daí que começa a saga deste poeta, ator, cantor e xilogravurista, que acaba de completar 70 anos. São 40 anos de artes, de um homem sonhador que saiu da Bahia e foi para o Sul Maravilha com o cordel que para ele “é poesia, é gráfica; é canto; é artes plásticas; é música; é teatro; é jornalismo; e é comércio”. 
 Incansável batalhador pela valorização do cordel e do poeta, Maxado, recorreu a Ministro, nos anos de ditadura, para que a literatura fosse adotada pelas escolas; ao governador da Bahia, solicitando mais espaço para o cordel nos eventos literários; ao presidente Lula, reivindicando a profissionalização do poeta de cordel; e até candidatou-se anarquicamente à Presidência da República, com o apoio escrito em crônica pelo poeta mineiro, Carlos Drummond de Andrade, nos anos 1980.
Neste livro, Franklin Maxado, o Nordestino,  bota o cordel no seu verdadeiro lugar, o da universalidade, ao contrário de muitos que veem apenas o Nordeste brasileiro como o lugar de pertencimento do cordel. Franklin desfralda a bandeira da contemporaneidade do cordel, um baiano se achando em São Paulo, mostrando ao Brasil que o a Literatura de Cordel também poderia ser atual e moderna, com temas que atraíssem a atenção do público leitor mesmo após a notícia no jornal, rádio e televisão. 
Como afirma Arievaldo Viana, poeta, pesquisador cearense, criador do projeto Acorda Cordel na Sala de Aula: “foi necessário que surgissem pessoas como Franklin Maxado, homem culto, com formação acadêmica, mas profundamente ligado ao universo do cordel, para que alguns disparates começassem a ser refutados de forma eficaz e contundente”.  Paulo Dantas, escritor, explica na apresentação que este livro “ensina e conduz, introduzindo os leitores na história universal do cordel, com suas origens e fins, modos e meios de comunicação”; no que é endossado, também na apresentação, pelo jornalista e poeta, Crispiniano Neto, figura de renome nacional, originário do Rio Grande do Norte, “leiam Franklin Maxado e saibam o que é Literatura de Cordel. Bom, depois, comecem a falar sobre o assunto”.

Contatos com o autor: franklinmaxado@hotmail.com  e Editora: queimabucha@gmail.com