domingo, 25 de outubro de 2009

O REPENTE DA BAHIA NÃO MORREU NEM VAI MORRER. 1

Para aqueles que acreditavam que na Bahia, dos coqueiros, da Mãe Preta e do Pai João,o repente está morrendo, mais uma vez os repentistas baianos mostram sua força e alegria de criar através de uma das artes mais antigas da humanidade, a poesia. “Quer ir mais eu vamos, quer ir mais eu, ‘bora!”

O REPENTE DA BAHIA NÃO MORREU NEM VAI MORRER. 2


Aconteceu no dia 24 de outubro, sábado, a partir das 20 horas, o IX FESTIVAL DE VIOLEIROS E REPENTISTAS DE SALVADOR, em homenagem a Papada e com apoio da FPC, OBPLC e Sindicato dos Comerciários, no Espaço Cultural dos Comerciários, em Nazaré. Paraíba da Viola, atual presidente da Ordem dos Poetas da Bahia, iniciou falando das dificuldades para a realização do evento e da condução da bandeira do Cordel na Bahia, que não é uma tarefa só dele, mas de todos os poetas.

O REPENTE DA BAHIA NÃO MORREU NEM VAI MORRER. 3



Bule-bule assumiu o comando do evento para que Paraíba participasse da peleja. Com sua costumeira animação anunciou os membros da comissão julgadora e enumerou as duplas concorrentes aos 10 Troféus expostos na mesa. Participaram do evento, as seguintes duplas:

Caboquinho e João Ramos; Zé Pedreira e Leandro; Antonio Queiroz e Beija-Flor; Paraíba da Viola e Davi Ferreira; Nadinho e Antonio Maracujá; Bráulio Pinto e Rui Aboiador; e, Zé Francisco e Lucas de Oliveira. A festa foi finalizada com o Grupo de Samba Raízes do Sertão.

sábado, 17 de outubro de 2009

ANO DA FRANÇA NO BRASIL 1

Às 18 horas, os poetas estavam a postos. Conversaram com os leitores e cumprimentaram velhos e novos amigos, familiares e colegas. Clarindo Silva, o anfitrião da Cantina da Lua, nos passou um caldo histórico sobre o Patrimônio em que estávamos e serviu ao público presente uma ‘canja’ dos 3 poetas baianos.

O ANO DA FRANÇA NO BRASIL NO CORDEL BAIANO foi um sucesso. O cordel e a cultura francesa despertam interesses nas mais diversas pessoas.

ANO DA FRANÇA NO BRASIL 2

O poeta Franklin Maxado “Nordestino” foi o primeiro a subir ao palco. Mandou ver no seu conhecimento sobre a cultura francesa e até ensinou uma tradicional canção infantil francesa com direito a coreografia e tudo. No seu folheto INFLUÊNCIA DA FRANÇA NO CORDEL BRASILEIRO ele nos mostra em septilhas que “Mesmo tendo batalhado / Por séculos a leitura, / o Cordel na França teve / Sujeito a cruel censura / De Napoleão III / Que proibiu o livreiro / De escrever com feitura.”

ANO DA FRANÇA NO BRASIL 3


Em seguida, Jotacê Freitas falou da influência do comediante Molière em sua arte teatral e poética justificando o título do seu folheto: “NA ESCOLA DE MOLIÈRE, POQUELIN FOI PROFESSOR”. Em seus versos, o poeta narra a peça “ESCOLA DE MULHERES” e revela um pouco da ‘filosofia’ de Molièrie: “Endireitar esse mundo / É uma loucura sem par / O mundo não tem mais jeito / E não há o que mudar / Deixa ele seguir em frente / Pra ver onde vai parar.”

ANO DA FRANÇA NO BRASIL 4

Antonio Barreto agradeceu a presença dos convidados e dos freqüentadores da Cantina da Lua, desculpou-se por estar sem condições de falar muito, em função de uma virose, mas trouxe de presente um cantador de chula, Carlinhos Boca, de Santa Bárbara, pra levantar o astral dos presentes com a cultura baiana de raiz. Em “DETALHES DA REVOLUÇÃO FRANCESA EM VERSOS DE CORDEL”, o poeta ressalta a importância desse evento para a humanidade. “Das grandes revoluções / De caráter social / A Revolução Francesa / Foi um referencial / De mudança pioneira / Muito mais que alvissareira / Na História Universal."

ANO DA FRANÇA NO BRASIL 5


A solenidade de lançamento foi encerrada por Elizeu Moreira Paranaguá, poeta e produtor do evento, analisando a importância cultural da união França-Brasil e de como o cordel é importante não só para a cultura brasileira.

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Como não poderia deixar de ser, muitos poetas estiveram presentes e uma foto conjunta foi necessária para exibir com orgulho a força e a renovação do CORDEL BAIANO. Gilmara Cláudia, Luiz Natividade, Zaia, Franklin Maxado, Jotacê Freitas, Creusa Meira, Rutinaldo, José Walter Pires e Antonio Barreto.

ANO DA FRANÇA NO BRASIL 7


Poetas amantes do cordel e dos cordelistas também marcaram presença no lançamento e brindaram com cravinho esse evento literário tão raro em nossa Salvador. O Xilogravurista Luiz Natividade e os poetas Gilberto Teixeira e Douglas Almeida. Marcaram presença também, os poetas Geraldo Maia, Boa Morte, Osmar Machado e Wladimir Cazé que foi se despedir do turma pois segue pra Vitória com a benção do Espírito Santo.

Bernardo Almeida, poeta, jornalista e videasta, com sua camêra Sony registrou cada detalhe da festa, à sua frente os poetas Creusa Meira e Rutinaldo; e ao fundo Elizeu, dirigindo a cena.

terça-feira, 13 de outubro de 2009

FRANÇA REUNE POETAS BAIANOS

Os poetas Franklin Maxado, de Feira de Santana; Antonio Barreto, de Santa Bárbara; e Jotacê Freitas, de Senhor do Bonfim, foram provocados pelo poeta Eliseu Moreira Paranaguá a se inspirarem na cultura e história francesa para escreverem folhetos em homenagem a esse país que tanta influência já teve sobre o mundo e neste ano, 2009, está sendo comemorado o ano da França no Brasil.

Os folhetos serão lançados na sexta-feira, 16/10, a partir das 18 horas, na CANTINA DA LUA, no PELOURINHO.

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

A MÉTRICA


A MÉTRICA ou medida, é o tamanho do verso, que geralmente é de 7(sete) sílabas, contando até a última sílaba tônica. Exemplo:

BA TA TI NHA QUAN DO NAS CE
1 2 3 4 5 6 7 8
ES PAR RA MA PE LO CHÃO
1 2 3 4 5 6 7
CAR RE GO PA PAI NO BOL SO
1 2 3 4 5 6 7 8
E MA MÃE NO CO RA
ÇÃO
1 2 3 4 5 6 7

Essa medida permite ser cantada em ritmo de repente, embolada, forró, funk, samba e até rap.

Existem outras medidas, a utilizada acima é heptassílaba. Existem ainda a Decasílaba(10 sílabas); Hendecassílaba (11 sílabas); e Dodecassílaba(12 sílabas). Estas medidas são mais usadas pelos violeiros repentistas.

OLHA A RIMA QUE DÁ

A RIMA é a principal característica do cordel. Rima é o som parecido que as palavras possuem no final e é dividida em:
RIMA SOANTE, consoante ou consonantal em que a semelhança tem quer ser nas vogais e nas consoantes. Exemplos: existe/triste – panela/janela – João/mamão – Ana/banana – Raquel/pastel – Ivo/vivo. Esse tipo de rima é a exigida pelos tradicionais repentistas.
RIMA TOANTE, assoante ou vocálica em que a semelhança está apenas nas vogais tônicas. Exemplo: ovo/bobo – novo/fogo – estrondo/sonho – cinza/restinga – tormento/vertendo. Esse tipo de rima é praticada eventualmente pelos poetas contemporâneos e é discriminada pelos conservadores
.

ESQUEMAS RÍMICOS

A ordem vale para Quadra, Sextilha e Septilha, as mais usadas na Literatura de Cordel:

SALTEADAS: X A X A – X A X A X A - X A X A B B A
CRUZADAS: A B A B – A B A B A B – A B A B C C B
EMPARELHADAS: A A B B – A A B B C C – A A B B C C B


As letras repetidas significam que as rimas se repetirão nessa sequencia ou esquema. O 'X' significa que não tem rima, ou seja, o verso é branco.

O poeta que optar por uma das formas deve usá-la até o final do folheto.

Existem outros esquemas rímicas e cada poeta pode criar o seu, desde que haja uma musicalidade agradável aos ouvintes.

ESTROFAÇÃO

A forma das estrofes, os conjuntos de versos, mais utilizadas são:

QUADRA – com 4 versos e rimas nos versos pares, foi muito usada no passado e hoje está restrita a atividades pedagógicas.
SEXTILHA – conjunto com 6 versos ou pés.
SEPTILHA – conjunto com 7 versos ou pés.
DÉCIMA – conjunto com 10 versos ou pés.


O poeta que optar por uma das formas deve usá-la até o final do folheto.

sábado, 10 de outubro de 2009

ASSIM CAMINHA O CORDEL NOVO 6

Querem os mais tradicionalistas que a forma única seja mantida, valorizam apenas as rimas soantes e a escansão clássica sem respeito à prosódia individual. Acredito que o cordel estropiado, de pé-quebrado, fortaleça e ajude a manter e renovar a tradição do cordel. Todo artista investiga sua arte. Cordel estropiado é aquele que não mantém de forma regular a métrica, as estrofes e o esquema rímico. Quebra-se o ritmo de acordo com a necessidade ou entusiasmo do poeta e alguns estão optando por essa liberdade, usar a estética do cordel sem ‘respeitar’ as normas. É uma maneira de popularizar a poesia, e os poetas Miguel Carneiro, José Inácio, Geraldo Maia e Carlos Pronzato palmearam esse terreno, sofisticando a linguagem e a embalagem. Como fizeram Ferreira Gullar, João Cabral, Lima Barreto, Ildásio Tavares, Ruy Espinheira e outros. Talvez o conceito “cordel” como literatura seja mais abrangente que a simples aplicação de formas e fórmulas. Compreender sua função social é também fundamental para a sua conceituação. Antropofagicamente todos os erros, barbarismos, cacofonias e redundâncias são úteis ao cordel e à toda literatura. Oswald de Andrade preconizou e Franklin Maxado confirmou. Para aonde o cordel irá propender não importa, importa que ele permaneça existindo, pois é poesia, pura e simplesmente. Assim caminha o Cordel Novo: abrindo espaços para anteriores, contemporâneas e futuras gerações.

ASSIM CAMINHA O CORDEL NOVO 5

Recentemente um grupo de jovens poetas foi apresentado como a Nova Geração Cordelística da Bahia. Formado por Ailton Silva Aleluia, Alex Magrelinho, Catarina Barbosa Bandeira, Luís Ricardo, Marcus V. Santos Morinigo e Rafael Oliveira de Santana, esse grupo é oriundo do CRIA e orientados por Zeca Magalhães, poeta e arte-educador. Seus membros tem em média 18 anos e representam o sangue novo do cordel. Eles fogem da rigidez formal e quebram o pé a torto e a direito, o que não desmerece o trabalho, a estética do cordel está presente da capa à linguagem; dos temas à forma. O aprimoramento virá com o tempo. É um início corajoso que merece mais frutos. Que o espírito bardo-vate-menestrel os acompanhe.

ASSIM CAMINHA O CORDEL NOVO 4


Infelizmente o cordel baiano tem esperado apoio governamental e não tem encontrado. A Fundação Pedro Calmon tem se preocupado com a memória e a produção do cordel com a criação de um concurso nacional que já premiou os poetas Osmar Macedo Junior, Varneci Santos do Nascimento e Aécio Alves de Freitas, entre outros, e um edital que não não teve concorrência por conta da burocracia. Mas, além disso os poetas poderiam tirar seus escritos das gavetas e editá-los. Tradicionalmente o cordel sempre foi independente e autônomo, tanto pelo baixo custo quanto pelo meio de divulgação: o corpo a corpo. Antonio Vieira e Antonio Carlos de Oliveira Barreto têm feito isso com freqüência. Até nosso editor, o poeta, Gustavo Felicíssimo, se deixou enredar pelas teias do cordel e compôs um canto heróico para Prestes e Lampião. Outro poeta, Luis Campos, o Blind Joker, tem alimentado seus leitores via Internet com cordéis virtuais.

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

ASSIM CAMINHA O CORDEL NOVO 3


Aos poucos fui conhecendo outros poetas que não eram “repentistas” nem “violeiros”, mas escreviam cordel: Alvinho do Riacho e Dr. Zaia, de Saúde; Ailton Ribeiro, da Serra da Carnaíba; Zumar Sérgio, Gilmara Cláudia, Litinho de Inácio, Guegueu Schade, de Senhor do Bonfim; Nestor, de Piatã; Carlos Joel, de Jacobina; José Olívio, de Alagoinhas; Kitute de Licinho, de Irará; Janete Lainha Coelho e Gerino Batista de Almeida, de Ilhéus; Antonio Vieira, de Santo Amaro da Purificação; Pinto Barbosa, de Paulo Afonso; Antonio Barreto, de Santa Bárbara; José Walter Pires, de Brumado; Creuza Meira, de Dom Basílio; Maysa Miranda, Adolfo Moreira Cavalcante, José e João Crispim Ramos, João Augusto, Tarcísio Mota, Zezão de Castro, Dona Zuzu, Wladimir Cazé, Sérgio Baialista e Gutemberg Santana, de Salvador; esse último inovando na formatação do folheto criando um “cordelão”, tamanho 30x11, com ilustrações internas e leiaute cinematográfico. Também Marcos Haurélio, Pardal do Jaguaribe, Davi Nunes, Osmar Machado e Carlos Alberto. Cordelistas dispersos por aí é mato. Muitos não chegam ao nosso conhecimento, outros nem fazem questão de aparecer. Esse talvez seja o segredo da permanência do cordel até os dias atuais como uma arte literária acessível economicamente e de fácil assimilação por tratar-se de uma poesia objetiva. Para muitos, considerado como um objeto exótico para coleções, o cordel vem causando uma revolução desde a virada do milênio com novos autores espalhados pelo Nordeste. Editoras como Tupynanquim e Sescordel, no Ceará; Cordel Cicatriz em Pernambuco; Queima-bucha, do Rio Grande do Norte; têm editado novos folhetos e lançado novos autores.

ASSIM CAMINHA O CORDEL NOVO 2


Bule-Bule, o maior repentista vivo da Bahia, eu vi na TV e me orgulhei ao conhecê-lo pessoalmente. É o prosseguidor do trabalho de Rodolfo Coelho Cavalcante, como organizador da classe poética, e tem uma carreira de músico e repentista independente da de cordelista. Sua geração iniciou os trabalhos entre os anos 60 e 70, pós Minelvino Francisco Silva; e, entre outros, são destacados os seguintes: Antonio Queiroz, Berto Santos, Papada, Tranquilino, Erotildes, Archibaldo, Carlinhos, Enoque, Genário, Gino Frey, Hildemar, ISMOCA, JOSAN, Aras, Jussandir, Manuel dos Santos Almeida, Imperador, e Paraíba da Viola, responsável pela Banca de Cordel da Praça Cayru, única referência do cordel em Salvador. Atuando por fora, mais precisamente em São Paulo, Franklin Maxado Nordestino, um ícone da renovação do cordel nos anos 70 e 80, foi vítima de preconceitos por ser “doutor” e acabou virando personagem de folhetos. Em Bonfim, minha cidade natal, os poetas Osvaldo Aragão, Hélio Freitas e Carvalho de Melo, me aproximaram da métrica, o que facilitou a criação de diversos acrósticos para aniversários, batizados, casamentos e enterros; e depois Carlos Grota e Raimundo 'Mamute' Carneiro, revelando-me os segredos das cantorias. Laércio Lima e Paulo Machado confrontaram-me com Cuíca de Santo Amaro e soube apenas que foi um cordelista “boca de brasa”, um Gregório de Mattos popular.

ASSIM CAMINHA O CORDEL NOVO


As notícias que temos sobre as origens do cordel brasileiro são datadas entre 1898 a 1903. Dois grandes nomes disputam o título de primeiro cordelista brasileiro: Leandro Gomes de Barros e Silvino Pirauá de Lima, dois paraibanos. O primeiro meado do século XX foi decisivo para o crescimento do cordel no Brasil, milhares de poetas estavam registrados em ordens, associações e academias de cordelistas, violeiros e trovadores. Na Bahia foi justamente nesse período que surgiram Cuíca de Santo Amaro e Rodolfo Coelho Cavalcante. O primeiro, um baiano que, ao contrário do nome, nasceu em Salvador; o segundo, um alagoano que abaianou-se definitivamente. Outros poetas que publicaram anteriormente ou foram seus contemporâneos não ecoaram nos registros disponíveis.

O QUE É CORDEL?



Num ciclo de estudos sobre literatura de cordel, realizado em 1976, em Fortaleza, sob o patrocínio da Universidade Federal do Ceará, indagaram ao prof. Raymond Cantel, da Sorbonne, grande estudioso do assunto, qual seria a definição mais compacta que se poderia dar do cordel. Seria apenas - perguntamos - poesia narrativa, impressa? Imediatamente, ele complementou: Popular. Então, aqui está a mais reduzida, a mais simples definição sobre cordel: Poesia narrativa, popular, impressa. Todo o acervo da literatura de cordel - cerca de quatorze mil folhetos publicados, para Átila de Almeida, embora outros estudiosos ampliem esse número - não tem sido outra coisa sequer isto: poesia narrativa, popular impressa.
De maneira que, qualquer outra manifestação semelhante ao cordel, cujo conteúdo divirja deste trinômio, deve ser apreciada com reserva. Não é poesia de cordel autêntica. Só existe uma maneira de identificar o cordel legítimo: é através da analise da ideologia que ele reflete. O poeta popular nordestino é conservador, por excelência. Há que examinar detidamente cada conteúdo dos folhetos, através da linguagem e das idéias que ali transparecem com espontaneidade.
Em geral, o poeta popular nordestino é católico ortodoxo. É amigo do vigário, defendendo-o em todo o sentido. Por sua vez, os padres prestigiam a tarefa dos poetas populares, quando não a exploram. O poeta popular é sempre a favor do governo. Há mesmo um célebre ditado que diz: "Contra o governo, rio cheio e pomba dura, etc..." Como igualmente o poeta popular repudia ou ironiza as inovações da tecnologia moderna. O que não quer dizer que não haja exceções, um bom exemplo é o nosso conhecido conterrâneo,
Patativa do Assaré.

Dois ilustres folcloristas brasileiros, Luis da Câmara Cascudo e Manuel Diéges Júnior, trouxeram, contribuição ao problema da origem da nossa literatura de cordel. Cascudo em vários ensaios e livros, sobretudo no seu "Vaqueiros e Cantadores" e "Cinco Livros do Povo", e Manuel Diéges Júnior especialmente no ensaio "Ciclos Temáticos na Literatura de Cordel". Eles nos mostraram a vinculação dos folhetos de feira, a partir do século XVII, com as "folhas volantes" ou "folhas soltas", em Portugal, cuja venda era privilégio de cegos, conforme informava Téofilo Braga.

Autor: Carlos Cícero de Lacerda Alencar

No Destaque, em verde, um preconceito que existe até hoje.