sexta-feira, 29 de outubro de 2010

CORDEL BAIANO FORA DO "CATÁLOGO DAS CULTURAS POPULARES E IDENTITÁRIAS"


QUASE TODA CULTURA

Tive acesso ao CATÁLOGO – CULTURAS POPULARES & IDENTITÁRIAS DA BAHIA e fiquei estarrecido e estupefato com informações incompletas para um livro que se propõe a mostrar TODA CULTURA, como o apresenta o Secretário de Cultura.
A edição é primorosa e de qualidade técnica exuberante, fotos de qualidade e breves textos de apresentação das manifestações culturais populares da Bahia. O referido catálogo foi produzido pela gráfica do Liceu de Recife, o que mostra que nem pro próprio Governo a EGBA faz um trabalho com preço baixo.
Meu primeiro susto foi ir ao capítulo 13.CORDEL & POESIA POPULAR, ilustrado com a capa de um dos meus folhetos, PANVERMINA E ZABELÊ NAS QUEBRADAS DO SERTÃO, premiado no Concurso Nacional de Literatura de Cordel, promovido pela Fundação Cultural em 2005 e não encontrar o nome do autor exposto, muito menos relacionado na lista de cordelistas da Bahia, que aliás contém apenas os dados de 20 poetas, sendo 3 de Salvador, o que não corresponde à realidade da nossa Literatura de Cordel.
Parece que os funcionários da Secult não quiseram visitar o próprio acervo e pesquisar na Antologia Baiana de Literatura de Cordel, editado em 1997, no Censo da Cultura Popular publicado em 2000 com 10 volumes, ou ainda, no Catálogo do Acervo Bibliográfico da Fundação Cultural do estado da Bahia – Coleção Folhetos de Cordel, publicado em 2006.
Os editores nos informam na apresentação que “mestres e agentes de cultura, representantes de manifestações, associações culturais, brincantes, folcloristas, líderes comunitários, trabalhadores comuns, artistas e pesquisadores da área, preencheram, manual ou eletronicamente, o formulário, respondendo à chamada pública da Secretaria.” Mesmo não tendo recebido esse chamado e o formulário eletrônico, tive meu nome e de outros poetas encaminhados à Secult para esse fim. Alguns que receberam e preencheram o formulário não foram contemplados da mesma forma. Ficamos sem saber quais os critérios adotados para a inclusão no catálogo.
Talvez digam que estou ressentido e magoado pela exclusão, mas de certa maneira estou contente por estar junto de grandes mestres que também não constam nesta relação, alguns internacionalmente conhecidos: Franklin Maxado, Bule-Bule, Antonio Queiroz, Caboquinho, João Ramos, Jurivaldo Silva, Antonio Alves, Ismoca, Mariano Imperador, Zévalter Pires, Creusa Meira, Pardal de Jaguaribe, João Augusto, Sérgio Baialista, Carlos Alberto, Davi Nunes, Gutemberg Cruz, Zumar Sérgio, Zuzu Oliveira, Gilmara Cláudia, Maysa Miranda, Patrícia Oliveira, Litinho, Otacílio Teixeira, Nestor de Piatã, Alvinho do Riacho, Zaia e muitos outros que não lembro no momento, mas que numa sentada no arquivo de folhetos poderia citar uns cem, imagina trabalhando confortavelmente numa cadeira giroflex numa sala acarpetada com ar-condicionado, água gelada e cafezinho quente à disposição?
No evento que ocorreu durante a semana no Pelourinho, a Feira de Cordel possuía apenas 15% de folhetos produzidos por poetas baianos, os 85% restantes eram de pernambucanos, paraibanos, cearenses e potiguares, nada contra os colegas nordestinos, mas se o evento era de Cultura e Identidade Baiana, nada mais coerente que ter autores baianos participando.
Em relação à minha cidade, Senhor do Bonfim, e às outras manifestações, fiquei mais frustrado ainda, pois temos servidores representantes de cultura e apenas Tijuaçu teve o nome incluso em duas categorias: Capítulo 11-Comunidades Quilombolas e Capítulo 33- Samba.
Será que não temos manifestações ativas nas categorias: Banda de Pífanos, Culinária, Danças de Roda, Literatura de Cordel, Expressões culturais religiosas, Forró&sanfoneiros, Quadrilha, Teatro de Rua & Teatro Popular?
Talvez a metodologia do Governo seja a de que ‘democraticamente divulgamos na internet e nossos servidores reencaminham aos interessados’ esquecendo-se de que os artistas populares têm dificuldade de comunicação, locomoção e informação.
Pra chatear mais ainda, no texto de apresentação, os editores afirmam que “só é possível(...) implementar políticas públicas que possam promover o segmento com a participação efetiva da população.” Aonde???
O pior de tudo é saber que nosso dinheiro, arrancado de nossos bolsos através de impostos direto na fonte salarial ou nas compras de bens básicos para a sobrevivência e bem estar, está sendo mal usado e esse catálogo, com certeza, em breve estará servindo de escora para algum móvel numa repartição pública qualquer ou mofando num dos depósitos da Secult.

Jotacê Freitas, poeta e professor.

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

CORDEL BAIANO NO "ENCONTROS COM AS CULTURAS POPULARES E IDENTITÁRIAS"

“Durante sete dias, Salvador receberá grupos culturais, pesquisadores e gestores públicos para celebrar e discutir políticas de promoção da diversidade. O evento acontece em vários pontos do Pelourinho, especialmente em suas ruas e na Praça das Artes, como parte integrante da programação cultural da região.
As manifestações artísticas dos diversos territórios de cultura da Bahia se apresentarão em Salvador durante os Encontros com as Culturas Populares e Identitárias, evento artístico e cultural que acontece de 23 a 29 de outubro, no Pelourinho. As apresentações, cortejos, shows e espetáculos estão concentrados nas ruas do Centro Histórico e na Praça das Artes. O evento promove o encontro das culturas populares de toda a Bahia com o público soteropolitano, além de um intenso intercâmbio entre os mestres e os participantes de cada uma dessas manifestações.” joberelis@yahoo.com.br
O cordel baiano marca presença com os repentistas Paraíba da Viola e Leandro Tranquilino, dia 23/10 às 18 horas, na Praça das Artes; Oficina de Cordel com Antonio Carlos de Oliveira Barreto, dia 25/10, das 14 às 17 horas, na Casa da Diversidade; Bule-Bule, dia 28/10, ás 17 horas, na Praça das Artes; e Feira de Cordel de 23 a 29/10 na Praça das Artes.
O evento é patrocinado pela Secult, Governo do Estado da Bahia e Ministério da Cultura do Governo Federal.

terça-feira, 12 de outubro de 2010

FRANKLIN MAXADO DE NOVO NO "VOZES DA TERRA"

"O polêmico e irriquieto poeta Franklin Maxado está de novo já pela sexta vez no X Festival “Vozes da Terra, no domingo, dia l7, no Teatro co Centro Cultural Maestro Miro, no bairro Muchila”, com a música “De Você e de Nós”, um samba-canção jazz, em estilo bossa nova, que será cantada por Marrieth e com solos de saxofone do maestro Ibernon Dantas. Franklin, como sempre, fará uma “performance” pois acha que a apresentação de uma música atualmente com televisão, computador e DVD não é só ter ritmo e voz. Entram outros elementos como Teatro, Dança, Artes Plásticas, Figurino, Declamação, Cenografia e outros recursos.
“De “Você e de Nós”, segundo os críticos que a ouviram, está cotada para disputar diversos prêmios como “Performance”, “Melhor Cantora”, “Melhor Arranjo”, além mesmo de “Melhor Música”. Entretanto, há uma praxe política da Secretaria de Cultura de procurar agradar o maior número possível de participantes, o que torna a premiação, uma distribuição. Assim, quem ganhar em uma modalidade, é praticamente alijado de outra, embora tenha sido melhor naquela categoria. O critério foi quebrado agora na realização do derradeiro”Festival Gospel” que seguiu o modelo dos prêmios “Oscar” de Cinema onde unicamente um filme pode ganhar várias estatuetas..
A composição “De Você e de Nós” tem a letra de Franklin Maxado e a música do também feirense Paulino Diamante que a compôs no Rio de Janeiro para a cantora Jô, filha única do cantor Jamelão, com a qual ele tem dois filhos.
Apesar do nome e da bagagem cultural, o poeta Franklin Maxado nunca ganhou um prêmio neste Festival “Vozes da Terra”, embora suas diversas participações com mistura de ritmos regionais como aboio, cordel, chula, xaxado, samba rural, toada, xote e baião toquem em escolas e em rádios até hoje como “Feira de Santana: Onde o Nordeste se Encontra no Nordeste”; “Lucas de Santana da Feira”; “Cordel do Metrô” e “O Bicho Deu no Bicho Homem e o Bicho Homem está Bichado”, sendo que algumas delas são parcerias com nomes como Leguelé Marques, Antonio Moreira Junior e Raimundo Monte Santo. Talvez, por sentir o julgamento tendencioso de alguns jurados praticando injustiças, Franklin Maxado tenha protestado ficando nu na sua apresentação em 2.008 usando isso como uma arma de indignação no que foi vetado da competição por uma censura tácita, não prevista no regulamento." franklinmaxado@hotmail.com

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

AS CANTIGAS DE RODA GANHARAM NOVA VERSÃO EM CORDEL.

"O Cordelista Antonio Barreto nos apresenta uma versão bem moderna e cativante das clássicas cantigas de roda, que povoaram nossa infância, com belas ilustrações do cartunista Antonio Cedraz. Os livros bem ilustrados agradam a todos e vão servir de leitura de cabeceira dos pequenos novos leitores.
Antonio Carlos de Oliveira Barreto [Antonio Barreto] nasceu nas caatingas do sertão baiano, Santa Bárbara-Bahia. Professor, poeta e cordelista, com vários trabalhos em jornais, revistas e antologias, tendo publicado mais de 100 folhetos de cordel abordando temas ligados à educação, problemas sociais, futebol, humor e pesquisas. Licenciado em Letras Vernáculas, pós-graduado em Psicopedagogia e em Literatura Brasileira
Faz palestras, recitais e oficinas abordando a Literatura de Cordel em diversas escolas públicas, particulares, universidades e outras instituições, além de participar de colóquios, seminários, congressos e festivais de poesia e cultura popular no Brasil e no exterior.
Antônio Cedraz nasceu em uma fazenda no município de Miguel Calmon (Ba), mas cresceu e formou-se professor em Jacobina, onde teve os primeiros contatos com as histórias em quadrinhos.
É Mestre dos Quadrinhos Nacionais, título concedido pela Associação de Caricaturista e Desenhistas de São Paulo e o criador da Turma do Xaxado, com a qual ganhou, seis vezes, o mais importante prêmio de Histórias em Quadrinhos do Brasil: o HQ MIX, considerado o Oscar dos quadrinhos brasileiros.
Dia 10 de outubro de 2010, na Biblioteca Infantil Monteiro Lobato, a partir das 10 horas.
" Antonio Barreto www.barretocordel.wordpress.com