quinta-feira, 8 de janeiro de 2015

CORDEL BAIANO PARA UM BOM BAIANO

 Será neste sábado, dia 10 de janeiro, mês em que completaria 74 anos (23/01/1941), a homenagem póstuma a João Ubaldo Ribeiro, na Biblioteca Juracy Magalhães Jr., em Itaparica, terra amada e cenário das obras do escritor. Tradicionalmente a BJMJr comemorava os aniversários de João Ubaldo com grande festa e fotos destes eventos serão expostas juntamente com obras de arte de diversos artistas plásticos, descerramento de um busto por familiares, trechos da peça Sargento Getúlio com Carlos Betão, lançamento de uma coletânea com textos em diversos gêneros homenageando João Ubaldo e o lançamento do cordel de Maysa Miranda: "O HOMEM QUE VIU O SORRISO DO LAGARTO E DISSE: - VIVA O POVO BRASILEIRO!"
Li o seu último livro: O ALBATROZ AZUL e me encantei com a descrição de um parto e a morte do protagonista Tertuliano, talvez o prenúncio do que viria a acontecer. Quando fui convidado a participar da antologia recorri a estas imagens e, no pequeno espaço destinado, escrevi estas décimas em homenagem a este escritor que tanto me entreteve e ensinou a amar o meu país e o povo brasileiro:
"JOÃO UBALDO EVANESCEU NAS ASAS DE UM ALBATROZ

O tédio das escrituras
E do papo literário
Deixavam ele aflito
Um palhaço involuntário
Para fazer gargalhar
Ou simplesmente pensar
No tempo em que viveu
Como crítico feroz
Do real que ensandeceu
Numa rotina veloz.

Nunca lhe faltava assunto
Em um dia ensolarado
Ou na sala enfumaçada
Sentado em frente ao teclado.
O povo de Itaparica
Que bebe água da bica
Faz parte do mundo seu
É nascente e é foz
De tudo o que escreveu
Sem fardões ou paletós.

Sem sentido seu Setembro
De Sargentos e Outros Povos
Vila Real é quem manda
O Cruel quebrar os ovos
Viva o Povo Brasileiro
Sempre um Sorriso matreiro
A Vingança aconteceu:
Berlim de Feitiço algoz
Arte e Ciência e Deus
A Miséria veio a nós.

Sem saber se há outra vida
Ou a mesma de outra forma
Quando morremos partimos
Ou nossa alma retorna?
Ele ria até da morte
E nunca ligou pra sorte
Que dele não se esqueceu
Nem de seus pais e avós
João Ubaldo evanesceu
Nas asas de um Albatroz.


 Jotacê Freitas, setembro 2014.

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