segunda-feira, 26 de outubro de 2015

CORDEL BAIANO CONTAGIOU A II FELITA

 Entre os dias 21 e 24 de outubro a cidade de Itabuna viveu momentos de agitação cultural  no Centro de Cultura Adonias Filho. Com o tema:  A LITERATURA NOSSA DE TODO DIA, a poeta e atriz, Elisa Lucinda, contemplou a platéia presente com uma palestra, conselhos e muita poesia, na abertura do evento.
 Os três dias seguintes foram recheados de oficinas, lançamentos, recitais, apresentações artísticas, contação de histórias, debates e palestras. O poeta soteropolitano, Douglas de Almeida, realizou uma oficina criativa onde abordou a temática da poesia e da oralidade, de Gregório de Mattos à Paulo Leminski. O escritor, João Filho, de Bom Jesus da Lapa, levou os interessados em sua oficina criativa a experienciarem o conto na prática, a partir de leituras e escritas.
 O Espaço Orfeu foi o espaço dos lançamentos: Rodrigo Dias, Paulo Bonfim, Walmir do Carmo, Ulisses Góes, Daniel Thame, CyrodeMattos, Ícaro Emanoel, Waldeny Andrade, Márcio Matos, Victor Hugo Fernandes Martins, Ana Valéria Fink, Alan Oliveira Machado, Samuel Matos e Margarida Fahel foram os autores que presentearam seus leitores com autógrafos e bate-papo sobre seus livros e processos de criação literária.
 Lourival Piligra, professor e poeta, discorreu sobre o escritor como fundador de mitos para uma platéia atenta ao tema e logo em seguida assistimos a um espetáculo de dança em homenagem à obra de Adonias Filho.  O trágico na obra desse escritor foi o tema do debate entre os professores e escritores Jorge de Souza Araujo e Aleilton Fonseca, mediado pela professora Silmara Oliveira com intervenções do escritor itabunense Cyro de Mattos contribuindo para uma maior compreensão do debate e até questionando a verossimilhança de um carcará, típico gavião nordestino, poder carregar uma criança, apontando esta como uma falha na obra de um escritor perfeccionista.
 A Literatura de Cordel teve destaque com a criação da Praça do Cordel Azulão Baiano em homenagem à este repentista grapiúna que, apesar de ter perdido a visão, continua exigente e produzindo seus versos ao som de uma viola bem afinada. Diversas bancadas foram instaladas nas laterais de um palco onde ocorreram musicais e saraus. Franklin Maxado Nordestino, de Feira de Santana, palestrou sobre a importância da Literatura de Cordel para a literatura brasileira e lançou diversos folhetos; a poeta e atriz ilheuense, Janete Lainha atuou como mestre de cerimônias e declamadora sedutora; Luiz Natividade, alagoano de Junqueiro, realizou uma oficina de xilogravura e lançou o folheto ilustrado: O CORDEL DA XILOGRAVURA; Jotacê Freitas, de Senhor do Bonfim, fez uma oficina criativa para jovens, participou do debate sobre A FORMAÇÃO DE LEITORES E A LITERATURA DE CORDEL, com a Profª Glória de Fátima da UESC e PROLER, mediado pelo também Profº da UESC Ricardo Dantas, e lançou a coleção RECORDELIZAR É VIVER.

 Na Praça do Cordel Azulão Baiano, Gilton Silva Thomaz, natural de Ilhéus, apresentou sua obra cheia de humor e filosofia; Romildo Alves, o garotinho do cordel, veio de Feira de Santana, satirizando a moda da momento, o ‘whatsapp’; e Carlito V. da Mata,veio de Ibicaraí, com Pensamentos e Verdades em Gotas de um Caipira.
 Por fim, numa preocupação com a formação de leitores, foi criado o espaço infanto-juvenil LETRAS QUE VOAM. Atividades como: Roda de Leitura, Jogos Educativos, lançamento de livros infantis, desenhar e colorir, além da dupla de palhaços, animadores e contadores de histórias Tutty e Zalton, d’A Fórmula de Histórias.
 No encerramento da II FELITA, o presidente da FICC – Fundação Itabunense de Cultura e Cidadania, Roberto José, e o curador da feira, Gustavo Felicíssimo, anunciaram a realização da III Felita já no primeiro semestre de 2016, provavelmente com uma mudança no nome, para Festa ou Festival, mas com o mesmo empenho e objetivo, mostrar que a terra dos escritores é também uma terra de leitores.

5 comentários:

  1. Trabalho muito gratificante, poeta. Abraço do garotinho do cordel!

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  2. Que maravilha! Fico feliz em ver que eventos de grande importância como a FELITA têm dedicado um espaço honroso a essa arte! E que venham muitos outros. Parabéns a vocês todos por fazerem parte disso. Grande abraço, Jotacê!

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  3. Queridos Romildo e Elton, Toda cheia de requinte a poesia de cordão ingressou o século XXI com poetas trocando experiências em louvor a esta arte que tanto nos apraz e estimula a produzi-la. Só não reconhece seu valor os que não querem o avanço da poesia na sociedade. Continuamos na luta com prazer e alegria. Valeu, companheiros!

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  4. Uhuhuh. E viva ao cordel sempre.
    Jotace, muito obrigado pela sua grande contribuição para a perpetuação do nosso belo cordel.
    Abraço.
    Sérgio Bahialista

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    1. Querido Sérgio, faltou você por lá pra mostrarmos também o cordel acadêmico estimulando a aprendizagem de jovens e adultos. Valeu a visita!

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