sábado, 10 de outubro de 2009

ASSIM CAMINHA O CORDEL NOVO 6

Querem os mais tradicionalistas que a forma única seja mantida, valorizam apenas as rimas soantes e a escansão clássica sem respeito à prosódia individual. Acredito que o cordel estropiado, de pé-quebrado, fortaleça e ajude a manter e renovar a tradição do cordel. Todo artista investiga sua arte. Cordel estropiado é aquele que não mantém de forma regular a métrica, as estrofes e o esquema rímico. Quebra-se o ritmo de acordo com a necessidade ou entusiasmo do poeta e alguns estão optando por essa liberdade, usar a estética do cordel sem ‘respeitar’ as normas. É uma maneira de popularizar a poesia, e os poetas Miguel Carneiro, José Inácio, Geraldo Maia e Carlos Pronzato palmearam esse terreno, sofisticando a linguagem e a embalagem. Como fizeram Ferreira Gullar, João Cabral, Lima Barreto, Ildásio Tavares, Ruy Espinheira e outros. Talvez o conceito “cordel” como literatura seja mais abrangente que a simples aplicação de formas e fórmulas. Compreender sua função social é também fundamental para a sua conceituação. Antropofagicamente todos os erros, barbarismos, cacofonias e redundâncias são úteis ao cordel e à toda literatura. Oswald de Andrade preconizou e Franklin Maxado confirmou. Para aonde o cordel irá propender não importa, importa que ele permaneça existindo, pois é poesia, pura e simplesmente. Assim caminha o Cordel Novo: abrindo espaços para anteriores, contemporâneas e futuras gerações.

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