domingo, 27 de junho de 2010

CORDEL DAS LETRAS GRAPIÚNAS

Diálogos sobre literatura, lançamento de livros, homenagens e bate-papo com escritores foram alguns dos ingredientes da premiação da 4ª edição do Concurso Literário Bahia de Todas as Letras, realizado pelas editoras Via Litterarum e Editus – Editora da Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC), com o patrocínio da Fundação Chaves e apoio da Fundação Cultural de Ilhéus. O evento ocorreu no último dia 02 de junho, no Teatro Municipal de Ilhéus, e reuniu poetas, pesquisadores e escritores da cena literária da Região em uma grande celebração.
"A Peleja Virtual entre dois vates arretados!" escrita por Gustavo Felicíssimo e seu amigo Lourival P. Piligra Junior, lá de Itabuna, venceu a 4ª Edição do Prêmio Bahia de Todas as Letras. Partes do folheto original foram publicadas em uma belíssima antologia. Além disso, teve uma premiação em dinheiro: R$2.000,00, o que gerou uma quantidade enorme de concorrentes, valorizando ainda mais o concurso.
É o primeiro folheto publicado por Gustavo Felicíssimo, apesar de ter vários escritos,ele que, em Salvador, transitou naturalmente entre poetas populares e eruditos, experimentando estilos e temas.
A peleja é uma forma poética de disputa de qualidades e exibição de cultura, é importante rebaixar o oponente e exaltar-se para a platéia. Tradicionalmente , entre violeiros repentistas, os poetas saíam até na mão para resolver uma questão poética. No folheto premiado os duelistas fazem uma exposição de vantagens pessoais e passeiam pela história da literatura grapiúna através dos seus maiores autores. Todo esse trabalho é construído com belos versos compassados pelas rimas, métricas e diversas formas do cordel, como pede uma boa peleja.

Piligra:
Minha fama ganha o mundo,
Meu nome rima com glória,
Já sou parte da história,
Pois sou poeta fecundo;
Na peleja vou ao fundo,
Nada tenho que temer,
Sei rimar e vou vencer
Esta disputa poética;
Respeito toda estética
- Serei mestre pra você!

Gustavo Felicíssimo:
Sou chumbo do grosso e certeiro arrebato
Quem canta tão mal esse mundo real,
Arraso com versos quem for desleal,
Dou voltas no globo e sensato combato
Quem versa e conversa sem ter aparato.
Você não engana a quem sabe cantar
As coisas da terra e a graça de amar,
Por isso não podes, Piligra, querer
Ser vate e ser forte, o meu mestre ser,
Nos dez de galope na beira do mar.

Um comentário:

  1. Dá pra ver que essa peleja é das boas, gostei da décima do Piligra e adorei o galope do Gustavo Felicíssimo! Parabéns aos vates!!!
    E Jotacê como sempre nos brindando com as boas novas do cordel.
    Valeu, Jota!
    Abração!

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