domingo, 21 de outubro de 2012

CORDEL BAIANO NA FLICA 2012

O Cordel Baiano marcou presença paralela à grande Festa Literária Internacional de Cachoeira – Flica, no ano de 2012. O poeta e Folheteiro Jurisvaldo Alves, o poeta e xilogravurista Luiz Natividade e o poeta Jotacê Freitas instalaram-se na Praça da Aclamação em frente ao canhão histórico da Independência da Bahia e do ônibus da Biblioteca Móvel. Jotacê recitou versos para a plateia que se aconchegava a cada momento; Luiz Natividade produziu xilos na hora e ainda ensinava às crianças e adultos que se interessavam; e, Jurisvaldo, com sua mala de folhetos, contava a história do cordel desde o seu surgimento até os tempos atuais.
 
A Praça da Aclamação foi um espaço mal utilizado, ocupado desordenadamente por artesãos e camelôs diversos na saída do Conjunto do Carmo, local da realização do evento. A Praça poderia ser o local para que escritores e editoras independentes pudessem expor seus livros servindo de alternativa aos visitantes que não conseguiram vaga para assistir aos debates e, também após as mesas, terem a oportunidade de conhecer a produção literária baiana contemporânea e independente.
Outra possibilidade seria a parceria com a Biblioteca Móvel para fazer a ‘FLIQUINHA’ com a presença de contadores de história e teatro infantil, pois a Praça ficou lotada de crianças durante o evento e algumas instituições locais souberem aproveitar improvisando rodas de leitura para os pequenos leitores do futuro.
Este ano a Flica contou com patrocínio da COELBA, através do Fazcultura – Secult - Governo da Bahia e PETROBRAS, através do Governo Federal. Teve apoio do FIEB/SESI, FPC, Bahiatursa, Secretaria do Turismo e Secult – Governo da Bahia e UFRB. A Livraria LDM foi eleita a livraria oficial, de forma merecida, mas ocupou um espaço reduzido para o acervo que possui, gerando desconforto aos interessados que circularam no pequeno e estreito labirinto de estantes. A Putzgrillo e a Icontent foram as empresas realizadoras do projeto e criaram na mídia a imagem de um grande evento que ficou restrito apenas à lista de convidados nacionais e internacionais de peso. As mesas temáticas foram ótimas, apesar dos contratempos de terem que ser rearranjadas de última hora, e o pequeno espaço para a plateia. O telão usado ano passado fez falta, mas nos bastidores ventilou-se que a verba foi reduzida. As atrações musicais deste ano foram mais condizentes com o objetivo da Festa que é literária e não dançante. Afinal de contas ao povão deve ser servido o biscoito fino da nossa cultura. Mateus Aleleuia, Cláudia Cunha e Roberto Mendes foram fantásticos em suas apresentações.
Com certeza este é um evento que precisa ser mantido em nosso calendário cultural, a Bahia precisa voltar a ser reconhecida do pescoço para cima e não apenas da cintura para baixo. Cachoeira é uma cidade encantadora e ficaria melhor ainda se os bares não ocupassem as ruas para que pudéssemos passear tranquilamente fotografando e fruindo seu acervo arquitetônico e natural. O Pouso da Palavra deveria estar inserido na programação com divulgação do acervo e eventos, como o lançamento do Dicionário de Baianês, que foi cooptado de última hora para a Flica e o espetáculo Contarina com a multi-artista Josin. A fiscalização da poluição sonora também poderia ser mais atuante com os proprietários de carros com som, impedindo que a trilha sonora fosse à base de pagodão, arrochão e afins.

2 comentários:

  1. Olá, Jotacê. Te conheci na Flica e adquiri o seu livro "BAIANICES, BAIANADAS E BAIANIDADES". Na medida do possível, estarei divulgando o teu nome e o teu trabalho.
    Felicidades,
    Nédia Sales.

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    1. Obrigado, Nédia. A Flica foi ótima para fazermos contatos também, foi bom te conhecer e espero em breve conhecer seus poemas também. Felicidades!
      Abreijos
      Jotacê

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